domingo, 29 de abril de 2018

RANGE ROVER EVOQUE

Objeto de desejo, o SUV agrada pelo design, desempenho e tecnologia, mas sua manutenção é só para especialistas

Range Rover Evoque
Desde quando o Evoque passou a ser nacional, o preço do usado despencou. Isso faz dele uma ótima opção de compra para quem  não se contenta com o perfil sóbrio da maioria dos SUVs atuais.
A estética agressiva e o status da marca Land Rover fazem dele um símbolo de luxo, sem abrir mão da vocação urbana e da bravura no fora de estrada.
O Evoque traz suspensões independentes, câmbio automático de seis marchas (nove na linha 2014) e tração integral com Terrain Response, que o torna apto a rodar em cinco tipos de terrenos, além da reduzida. Outro diferencial é o motor: um 2.0 de 240 cv e 34,7 mkgf, que no nosso teste fez 0 a 100 km/h em apenas 8,1 segundos.
A versão Pure é a mais discreta, com três ou cinco portas, rodas aro 18, borboletas no volante para trocas de marchas, ar automático, central com tela de 8 polegadas e som com 380 watts e 11 alto-falantes. De todas, é a mais barata: hoje é vendida a R$ 100.000, já bem abaixo da tabela.

A esportiva Dynamic tem grade escura e para-choque dianteiro redesenhado, rodas aro 19, bancos concha com dois tons de couro, detalhes em alumínio escovado, GPS, sensores de estacionamento e Park Assist. O pacote opcional Tech adiciona rodas aro 20, chave presencial, som premium e amortecedores MagneRide.
A top Prestige, só com cinco portas, tinha acabamento cromado na grade e nos faróis de neblina e bancos elétricos, com opção de pacote Tech com duas telas nos encostos dos bancos, cinco câmeras para visão 360 graus, central Dual View (duas exibições distintas ao mesmo tempo).
Na linha 2015, veio a Prestige a diesel, com motor 2.2 turbo de 190 cv e 42,8 mkgf: perdeu em desempenho, mas ganhou em consumo e autonomia.
Range Rover Evoque Motor pode ser 2.0 a gasolina com 240 cv e 24,7 mkgf ou 2.2 a disesl com 190 cv e 42,8 mkgf
Motor pode ser 2.0 a gasolina com 240 cv e 24,7 mkgf ou 2.2 a disesl com 190 cv e 42,8 mkgf (arquivo/Quatro Rodas)
Bom na cidade ou longe dela, só é preciso tomar cuidado com a manutenção: carros mais antigos não estão cobertos pela garantia de três anos e o excesso de eletrônica exige serviços feitos na rede autorizada ou em oficinas especializadas. Seja qual for sua escolha, prepare o bolso: as peças de reposição são caras.

Onde o bicho pega

Turbo – Mesmo aquecidos, motores turbinados malcuidados costumam liberar forte fumaça pelo escapamento. Trata-se de um indício de falhas nos anéis de compressão, nos retentores de válvulas ou uma folga no mancal do turbocompressor. Na dúvida, não compre.
Diferencial traseiro – Rolamentos gastos produzem um ronco em trajetos urbanos, quase sempre abaixo de 50 km/h. A Land Rover recomenda substituir o diferencial inteiro, que custa R$ 5 846, mais 4 horas de mão de obra (R$ 1 400).
Tração integral Haldex – A troca dos rolamentos do diferencial (e não sua troca completa) coloca em risco a bomba hidráulica que aciona o diferencial traseiro. Uma bomba nova custa R$ 3 669, mais R$ 1480 de mão de obra.
Recall 1 – Os parafusos de fixação do braço direito da suspensão traseira dos carros fabricados de novembro de 2013 a janeiro de 2014 foram afetados por uma deformação por excesso de torque durante a montagem.
Recall 2 – Quatro unidades modelo 2012 receberam torque incorreto na fixação da caixa de direção, podendo ocasionar desgaste prematuro do sistema.

A voz do dono

Nome: Leandro Augusto de Oliveira
Idade: 31 anos
Profissão: empresário
Cidade: Governador Valadares (MG)
O que eu adoro: “Além do estilo único, ele dá muito prazer ao volante: o motor é muito forte e potente e casa bem com o câmbio. O acerto da suspensão é um caso à parte: tem rodar excelente nas melhores e piores estradas.”
O que eu odeio: “Panes no start-stop: já passei constrangimento, pois o carro se recusava a dar a partida. O Bluetooth não funciona bem, as portas rangem e a rede autorizada não resolve os problemas.”

NÓS DISSEMOS….
Maio de 2011: “Sendo o mais urbano dos Land Rover, o Evoque foi projetado para também fazer bonito no off-road. (…) No interior, há espaço para cinco adultos e uma elevada qualidade de construção, de materiais e de acabamentos. (…) Ele mostra no asfalto uma aceleração convincente desde o primeiro toque no acelerador.”

 

MITOS E VERDADES SOBRE AS RODAS DE LIGA LEVE

 1. A roda de aço é mais resistente?

São equivalentes. No desenvolvimento de um carro, a escolha das rodas leva em consideração uma série de fatores. Além do efeito visual que elas causam no conjunto, as rodas são peças móveis submetidas às mais variadas e severas condições, principalmente em países como o Brasil, com ruas e estradas tão esburacadas.
Assim, não importa se a roda utilizada será de aço estampado ou de liga: elas passam pelos mesmos testes. Choque térmico, resistência a agentes químicos e salinidade são as provas mais leves. Dureza mesmo é o teste de impacto: deve-se subir, bater e ralar em guias e cair em buracos em diversas combinações de velocidade, ângulo e calibragem.

2. A roda de liga melhora o desempenho do carro?

Achar que seu carro vai acelerar e parar muito mais rápido porque você trocou as rodas originais de aço por um belo conjunto de liga é um engano: a melhora é imperceptível em carros “normais”. Pouco modelos têm rodas construídas com ligas nobres a ponto de apresentar uma redução significativa de peso.
Essas ligas são caras, ficando restritas a exemplares de alto luxo ou esportivos de marcas como BMW e Ferrari. Para carros de competição, as ligas podem ser ainda mais ‘aliviadas’, favorecendo acelerações, retomadas e frenagens”.
Por mais que um carro de passeio não vá andar mais, a opção por rodas de liga oferece outra vantagem: elas fazem parte do que chamamos de massa não suspensa, ou seja, que não se encontra apoiada na suspensão. Na prática, é correto dizer que rodas mais leves submetem a suspensão a um esforço menor. E isso a longo prazo faz diferença.
Por um tempo prolongado, os freios também agradecem a opção por uma massa girante aliviada. Mas novamente: em rodas de liga comuns, essa diferença na prática vai ser bem pequena.

3. Roda de liga é mais leve?

Na balança, a roda de liga leva vantagem sobre a de aço: é, em média, 15% mais leve. Porém essa diferença pode chegar a 50% no caso de modelos maiores utilizados em supercarros ou bólidos de competição. A relação entre peso e preço é evidente: uma italiana OZ aro 18 pesa cerca de 7 kg e custa o dobro que uma nacional TSW do mesmo aro pesando 12 kg.

4. Por que as rodas de aço não podem ser bonitas?

Outra vantagem da roda de liga está no desenho. Por ser fundida – processo pelo qual o metal é aquecido para se tornar líquido e então ser despejado em um molde –, ela permite mais criatividade no visual que as de aço, criadas a partir de uma chapa prensada.
Para obterem o mesmo nível de resistência que uma roda de aço, a face das rodas de liga é mais espessa. É aí que está o pulo do gato: ainda que com faces mais “volumosas”, elas conseguem ser mais leves.

5. Elas valorizam o carro na revenda?

Um modelo de liga custa pelo menos o dobro do que um similar de aço, mas tal valor dificilmente pode ser incluido no preço de um usado à venda. Ainda assim, vale a pena pelo efeito visual: o design é um dos fatores determinantes na compra de um carro.
Se você tem um carro zero e pretende comprar rodas fora de uma concessionária devido ao preço (até metado do que é cobrado na rede autorizada), cuidado: a maioria das fábricas alerta que não há como manter a garantia nesse caso, já que o componente é capaz de alterar a dinâmica do veículo mesmo respeitando-se todas as medidas originais.
Algumas concessionárias consultadas, porém, disseram que nem relatam o tipo de roda que há em um carro ao solicitar peças em garantia para a fábrica. Ou seja, na prática não se sabe de alguém que tenha perdido a garantia por isso, mas não custa ficar atento.

6. Pode-se consertar roda de liga?

Rodas de liga também têm maior tolerância a reparos, desde que a mão-de-obra seja especializada e os materiais e equipamentos empregados sejam de ponta.
Antes de iniciar o reparo, é preciso submeter a peça avariada a uma série de medições a fim de verificar se o dano não empenou sua zona de contato, região central por onde passam os parafusos. Em seguida, é feito um exame de ultrassonografia para caçar eventuais fissuras. Somente se aprovada nesses dois passos a roda é liberada para conserto.
Quanto ao reparo de uma roda de aço, não vale a pena: o custo de uma peça nova é tão baixo que raramente compensa.

7. Roda de liga estraga mais fácil?

Apesar de ser tão resistente a impactos quanto a roda de aço, a de liga é mais frágil quanto a danos superficiais. A mesma raladinha na guia que deixa um arranhão na primeira provoca profundas cicatrizes na segunda. Mas, como já foi dito, as rodas de aço geralmente são acompanhadas de calotas que, aliás, riscam com ainda mais facilidade que as rodas de liga leve.

8. Como fazer para a roda durar mais?

No balanceamento, a regra é clara: na roda de aço, os pesos devem ser fixados por pressão na borda do aro. Na de liga, por questão estética, deve-se usar os chumbos tipo pastilha auto-adesiva, colados no aro. É preciso limpar bem a área para evitar que saiam na primeira lavagem.
Se utilizar qualquer tipo de solvente para retirar sujeira impregnada, faça isso com as rodas fora do carro, evitando danos aos componentes de suspensão e freios. Ainda assim, é importante enxaguar bastante para evitar manchas. Ao trocar um pneu furado, nada de subir na chave de roda para apertar um parafuso: utilize apenas as mãos.